Mochila Airbag para avalanches | Comparaçāo entre os dois sistemas mecânico ou elétrico

Ferramenta de segurança no Freeride

Ao longo das temporadas invernais as mochilas com sistema ABS (Air Bag System) se tornaram uma parte importante, especialmente entre os freeriders, do equipamento de segurança contra as avalanches. Quase um coadjuvante indispensável quanto o kit básico: transceptor de avalanche (ARVA/Beacon), pá em alumínio e sonda. Em caso de imprevisto: você puxa uma pequena alça e, em um piscar de olhos, sua chance de sobreviver em um acidente de avalanche aumenta consideravelmente.


Exemplo do beneficio da mochila ABS em caso de acidente

A diferencia dos outros instrumentos que servem para buscar/localizar vitimas o ABS é usado de forma preventiva: essa mochila ajudará o freeriders a flutuar sobre uma massa de neve em vez de ser enterrado por ela. Porém a massificação desse equipamento ajudou a aumentar uma “falsa” percepção de segurança e incentivou esquiadores/riders (sem uma adequada educação em matéria) a se colocarem mais em situações de perigo!


Mochila ABS com sistema mecânico

Feita essa devida introdução ao argumento, no comercio existem dois tipos de mochilas que si diferenciam exclusivamente no sistema de ativação: ou por via mecânica, ou elétrica. O primeiro é o tradicional e mais comum: a mochila é integrada com um cartucho cheio de gases ou ar comprimido que irá encher o balão através de um mecanismo pirotécnico ativado por um gatilho manual. Os cartuchos podem serem usados apenas uma vez, são descartáveis e relativamente caros, porém super leves. Em alternativa algumas poucas marcas oferecem cilindros com manômetro incorporado que possibilitam infinitas recargas de simples ar comprimido realizáveis em qualquer loja de mergulho (por exemplo). Vale a pena lembrar que o sistema mecânico é ainda visto de forma suspeita e classificado como mercadoria potencialmente perigosa pelas companhias aéreas, pois junta “gás com um gatilho pirotécnico”, binômio esse que teoricamente pode ser usados também para prejudicar os outros passageiros. Existem alguns protocolos para embarcar com esse equipamento, mas não existe ainda uma regra geral. É conselhável se informar com bastante antecedência diretamente com a cia aérea, mas mesmo assim pode gerar problemas e dores de cabeça. Especialmente no nosso continente.


Mochila ABS com sistema elétrico

Dispensando o elevado custo de compra, o ponto a favor das mochilas com gatilho elétrico é que não sofrem desse tipo de problemáticas pois o mecanismo é alimentado por um ventilador ativado por um impulso eletromagnético por meio de uma ação manual. A grande vantagem é justamente que não precisam de cilindros com gases/ar para inflar o airbag, pois o processo é realizado por ventilador mecânico alimentado com uma bateria a iões de lítio que, além de tudo, possibilita a reutilização imediata do dispositivo de forma sequencial sem precisar trocar nada. Mas isso comporta um peso maior comparado ao das mochilas ABS mecânicas, além do que os ventiladores demoram alguns instantes a mais para encher o airbag: geralmente uma latência media de até um segundo de diferencia. Isso vale também para o tempo de resposta de ativação: o sistema com pirotecnia reage de forma mais imediato, tanto é que é fortemente aconselhados que com os elétricos, em caso de dúvidas, é melhor acionar o gatilho imediatamente, em vez de esperar pela confirmação de estar preso em uma avalanche.

Essa é uma reflexão pessoal: os dois dispositivos não são perfeitos e ambos apresentam pros e contra, mas que esse sistema aumente sensivelmente as chances de um happy-ending sāo incontestáveis e as estatísticas demostram isso de forma clara! Porém vale ter em consideração que qualquer bateria exposta ao frio possibilita o surgimento de problemáticas. O meu atualmente é mecânico e monta um cilindro dotado de manômetro que recarrego com ar comprimido em qualquer loja de mergulho (por exemplo: Santiago, ou Bariloche/Ushuaia). Concordo que muitas localidades de esqui, especialmente no nosso continente, não disponibilizam esse serviço complicando ou até impossibilitando as operações de recarga. O ideal (visto que somos todos milionários 🤑 #sqn 😭😭) seria ter pelos menos dois cilindros (o peso de cada um é realmente insignificante) nas jornadas de freeride no hemisfério norte e uma mochila elétrica para andar no nosso continente, especialmente visto que os invernos não costumam serem tão rigorosos.

Mais detalhes👉 Educational SAFE – Equipamento básico para freeride


ianny

...moro no Brasil, em uma ilha, e procuro neve, por paixão e por necessidade, o tempo inteiro, independentemente do mês ou do hemisfério. Sou snowboarder, goofy, mas provo prazer com todas as coisas que deslizam na neve, especialmente se são rápidas e harmoniosas com o contexto de montanha.

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