O Brasil após os Jogos Olímpicos de inverno | Terje continua tendo razão

Snowboard gerenciado por outros

E acabaram também estes Jogos Olímpicos de Inverno… pessoalmente falando não assisti as provas e como para mim foi totalmente “facultativo” assistir esse big-event considerado o segundo mais importante show midiático de broadcasting mundial, também para os atletas é “relativamente facultativo” participar ou não. Isso vale também para os snowboarders: todos são livres e devem fazer as escolhas que querem para sim mesmos. Mas que os Jogos Olímpicos perderam de credibilidade esportiva, isso faz tempo… não somente para nós riders!


Cortesia: Terje_Haakonsen – Pyeongchang2018

E a grande problemática das coisas sempre foi e sempre será intrínseco aos da Fédération Internationale de Ski (FIS). Sobre isso já escreveu-se muito e meu posicionamento é e será sempre o mesmo #FuckFIS. De qualquer forma também nestes Jogos foram bastante os tristes casos nos quais a falta de interesse pelo esporte e pelo bem estar dos atletas em prol da ganância (leia-se ritmos televisivos e acordos comerciais) ficaram bem evidentes… afinal é só googlar 😉 E sempre googlando dá para ver que, mesmo assim, a maioria dos atletas deram um show de progressão alucinante! #Parabéns!


Cortesia: Wiki – O Brasil nos Jogos Olímpicos de Inverno Pyeongchang2018

Sabemos que também o Brasil estava presente em Pyeongchang (CDS) para participar dos Jogos Olímpicos de Inverno. Essa foi a oitava vez consecutiva em Olimpíadas de Inverno desde a estreia em Albertville (FRA), na edição de 1992. Vale lembrar que aos Jogos de Sochi (RUS) levamos a maior delegação da história com treze atletas enquanto nesta edição foram nove os competidores brasileiros, dos quais só 4 nas disciplinas de neve.


Cortesia: Michel Macedo – O jovem atleta durante os Jogos

No esqui tínhamos o jovem Michel Macedo para representar nas provas de Slalom, Slalom gigante e Super-G… durante os treinos do Super-G o Michel sofreu uma queda que machucou o joelho dele deixando-o fora das provas oficiais. Na prova de Slalom o esquiador errou um gate do percurso e ficou eliminado, como também ficou eliminado na prova de Slalom Gigante pelo mesmo erro que aconteceu no Slalom. Vale lembrar que o Michel tem apenas 19 anos: treinando forte e com muita dedicação ele poderá ter um futuro brilhante pela frente… afinal a idade média dos adversários é de 27/30anos.


Cortesia: Gustavo Harada/COB – Victor durante a competição

A história da participação aos Jogos do Victor Santos no esqui cross-country (categoria 15km) é realmente bonita! Por um ponto de vista totalmente esportivo o 110º lugar entre 118 concorrentes não empolga muito, mas o feito do Victor vai bem além do simples resultado esportivo. O guri até uns cinco anos atras lavava carros na Cidade Universitária (USP), em São Paulo, além de fazer bicos como flanelinha. Aí por meio do Ski na Rua: um lindo projeto de inclusão social, deu-se uma inédita oportunidade aos meninos da favela São Remo, localizada ao lado da USP, onde Victor morava. Criado pelo ex-atleta olímpico Leandro Ribela, o projeto deu aos garotos a chance de praticarem o roller ski (esquis com rodinhas que simulam os movimentos do esqui cross-country) tornando possível a qualificação internacional antes e a participação depois do Victor nos Jogos!


Cortesia: Jaqueline Mourão – A atleta durante os Jogos na Coreia do Sul

Com seis participações olímpicas, Atenas 2004, Torino 2006, Pequim 2008, Vancouver 2010, Sochi 2014 e PyeongChang 2018 a Jaqueline Mourão, classe 1975, é dona de numerosos títulos, entre os quais campeã brasileira, sul-americana e pan-americana, além de ser a atual lider do ranking Sul Americano de esqui cross-country. Nestes últimos Jogos a atleta de Belo Horizonte participou da categoria dos 10km livres onde concluiu a prova em septuagésima quarta posição.


Cortesia: Isabel Clark – Vídeo do infortúnio da atleta carioca

E no snowboard estávamos representados pela forte Isabel Clark dona de um histórico competitivo na neve realmente alucinante, que merecidamente resultou em uma quarta vez dela no snowboardcross dos Jogos Olímpicos de Inverno! Em Turim-2006 ela foi além de sequer expectativa terminando em 9º lugar no snowboard feminino. Um resultado realmente incrível para uma atleta de um país tropical! Muitas as expectativas nas costas dela… também emocionais, pois com estes Jogos ela encerra a carreira competitiva. Chegou em PyeongChang (CDS) após sofrer um acidente em outra competição, mas estava se recuperando. No dia de treino na pista olímpica chegou curta no salto e o contragolpe forçou o joelho que já havia machucado. O resultado tirou a joia de ver ela encerrando o ciclo das competições da melhor forma possível… mó pena mesmo!

…mas agora foco nos nossos atletas que irão participar dos Jogos Paralímpicos de Inverno!

ianny

...moro no Brasil, em uma ilha, e procuro neve, por paixão e por necessidade, o tempo inteiro, independentemente do mês ou do hemisfério. Sou snowboarder, goofy, mas provo prazer com todas as coisas que deslizam na neve, especialmente se são rápidas e harmoniosas com o contexto de montanha.

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