Dois meses para começar a temporada de neve | O que esperar do nosso inverno

As incógnitas sobre a temporada invernal

Em tempos pré-pandêmicos estariam faltando exatamente dois meses para o nosso inverno continental “empenzar”, mas em tempos atuais sabemos que a situação está muito incerta. Especialmente para nós que não temos neve em casa. Mesmo botando todo o otimismo possível as margens de operação são muitos pequenas e, infelizmente, tendem para mais uma forçada rodada de abstinência. No momento ninguém (Governos ou centros de esqui) se posicionou oficialmente, mas olhando para como foi a gestão do inverno no outro hemisfério e sendo suficientemente ciente da situação continental, na melhor da hipóteses será uma temporada igual ao do ano passado: só para residentes, pouquíssimas excepções e nada de turismo internacional. Sem contar que, mesmo conseguindo chegar no pico, a maioria dos serviços para turismo serão limitados ou até indisponíveis.


Cortesia: Cerro Catedral (ARG)

Atualmente a Argentina limitou drasticamente a entrada/saída das pessoas e o Brasil está na lista dos países com voos regulares suspensos. Para os países que ainda têm voos regulares, as exigências são: teste PCR obrigatório para quem vier do exterior 72h antes da viagem, ao chegar ao país e após 7 dias da chegada. Todos os custos serão arcados pelo passageiro. Além disso, todos devem cumprir quarentena de 10 dias, contados desde o primeiro PCR, realizado antes da viagem, no país de origem. No entanto o centro de esqui de Las Leñas (ARG), que no inverno passado não abriu devido à pandemia, divulgou valores e datas de operação para o inverno 2021. Outro centro de esqui que será operativo a partir de junho será o brand-new El Azufre (ARG). Cerro Chapelco (ARG) e Cerro Catedral (ARG) ainda não se posicionaram a respeito, mas bem deixam esperar que irão abrir do mesmo jeito que operaram na temporada passada: locals only. E isso irá valer também para todos os outros que irão operar nesse inverno.


Cortesia: Moe_Carlos_Oyanedel

Para quem quiser arriscar os mais otimistas opinam que esquiar no Chile será mais provável/viável. Inútil negar que los hermanos chilenos estão a mil com o plano nacional de vacinação, mas a grande dúvida é: será que irão deixar nós entrar? Além do que vale lembrar que ano passado o Governo chileno liberou a abertura dos centros de esqui somente em meados de agosto: só locais e sem turismo internacional. De qualquer forma tudo vai depender do Plan Paso a Paso, um plano criado pelo Governo para controlar a pandemia no país. São cinque os níveis (passos) do plano e dependendo do passo que estiver a cidade em que está o centro de esqui ele ficará fechado, parcialmente aberto ou aberto. O plano regulamenta também a quantidade de pistas abertas, como todo o funcionamento das estruturas receptivas e dos serviços para o turismo. No momento todos os centros de esqui estão se preparando para começar a temporada no inicio de julho.


Cortesia: CBDN – Valores Campeonato Brasileiro Snowboard 2021

Entre todos os que estão tentando se articular nessa bagunça temos também a Confederação Brasileira de Desportos na Neve (CBDN). No ano passado tiveram que cancelar a edição 2020 do campeonato brasileiro e a entidade está se organizando para tentar não repetir a situação. Sabemos que a CBDN está acompanhando de perto os impactos e restrições impostas pelo COVID-19 no Brasil e no Chile visando realizar no começo de setembro o evento. Para isto estão trabalhando em um protocolo específico que minimize os principais riscos dos participantes e o Hotel Corralco concordou em fechar o hotel apenas para os participantes do Brasileiro durante o evento:

Criação de uma “bolha” do Campeonato

O Hotel Corralco hospedará apenas os participantes do Campeonato durante o período para evitar contato com outros grupos/pessoas

Obrigatória a apresentação de resultado de teste de COVID antes da chegada, mesmo que já tenha tomado a vacina

Apenas o Hotel Corralco poderá ser usado para participação no evento para evitar contato com pessoas de fora da “bolha”

Protocolo sanitário rigoroso no Hotel

Fonte CBDN

Enfim, estamos há uma ano desde o começa da pandemia, já perdemos um inverno e meio no HN e um no HS. E tudo indica que perderemos mais um: esse. Tomara que seja o último… esta abstinência tá PH*da! Mas até não ter uma cura (ainda estamos longe) ou vacina (isso já está rolando, mas os números gerais são ainda pequenos para liberar o turismo) será difícil poder programar coisas “normais”. E para deixar mais dramático o que virá para frente: muitos fatores indicam grandes abundâncias para esta temporada. #HeNoixMurphy

Mais detalhes👉 Dicas e conselhos sobre turismo invernal

ianny

...moro no Brasil, em uma ilha, e procuro neve, por paixão e por necessidade, o tempo inteiro, independentemente do mês ou do hemisfério. Sou snowboarder, goofy, mas provo prazer com todas as coisas que deslizam na neve, especialmente se são rápidas e harmoniosas com o contexto de montanha.

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