Notícias de Neve

Camber??

As pranchas de snow, nos últimos anos, mudaram bastante. Até agora era comum escolher um snowboard por meio de alguns parâmetros os quais comprimento, largura, hipotética utilização e flexibilidade. Mas recentemente começaram a aparecer também outros termos quais Rocker e Camber invertido. Para os profissionais deste esporte não é novidade ouvir falar disso, de fato é uma tecnologia que está sendo analisada há alguns anos, mas é só agora que está sendo disponibilizada a nível comercial. Após uma tímida estréia de mercado no inverno passado, o 2010 apresentou-se como o ano da verdadeira revolução do mundo snowboard e estes novos profilos côncavos prometem tornar as pranchas mais divertidas e de fácil controle.
Hoje todas as marcas importantes propõem ao consumidor, além dos modelos clássicos, snowboards com uma ampla gama de camber invertidos quais: Banana, V Rocker, U Rocker, Gullwing, Zero Camber, etc…
Para entender mais a fundo esta verdadeira revolução que está mudando radicalmente a construção e a escolha das pranchas de snowboard, precisa-se esclarecer estes novos termos. Para fazer isso, torna-se importante entender que este é um processo que iniciou há alguns anos atras quando a marca Libtech introduziu no mercado o modelo “Banana” que substituiu o camber clássico com um invertido. Mas afinal, o que significa camber?

O camber tradicional é uma tecnologia que nasce no esqui e baseia-se nas características técnicas deste esporte. Ao deixar um esqui em repouso e deitado em uma superfície plana, nota-se que somente a ponta e a parte de tras estão em contato direto com a superfície, enquanto a parte central do esqui fica suspensa tipo ponte. No esqui o peso do esquiador é centralizado e concentrado em um só ponto e a força/peso do esquiador em ação vem distribuída, por meio da tecnologia camber, de forma homogênea em todo o esqui aumentando e facilitando seu controle. Mas o snowboard é tecnicamente diferente porque os pontos de força/peso são dois e interagem com uma superfície só. Este foi uma incongruência que veio aumentando nos últimos anos especialmente com a crescente necessidade dos riders de dever aumentar a distância entre os bindings para ter maior mobilidade e controle no freestyle e slopestyle, tornando quase impossível conseguir focar aquela força/peso no centro da prancha. Para tentar adaptar o snowboard as novas necessidades, os riders mais exigentes começaram a arredondar as lâminas nas áreas de maior contato, mas a concentração do peso nas extremidades tornava as pranchas muito reativas e nervosas, comprometendo bastante o controle de direção. Além deste problema, as necessidades de mercado estão começando a serem voltadas para pranchas cada vez mais divertidas e de fácil controle especialmente em superfícies artificiais quais box e rail.

Estas foram as motivações principais que convenceram os produtores de snowboard a experimentar novas tecnologias de produção mais adequadas as necessidades do mercado. Estamos em plena fase de experimentação, existem marcas que já adquiriam muitos feedback a respeito apresentando vários protótipos e comercializando produtos inovadores há anos, enquanto outras marcas começaram recentemente a acreditar nesta nova tendência na produção de pranchas de neve. Atualmente existem muitos tipos de camber invertido e fica muito difícil poder definir agora qual tecnologia irá ser escolhida como padrão para as futuras pranchas. Único dado certo é que em meio desta revolução estrutural não todas as alternativa proposta irão ser consideradas idôneas aos fins requeridos. Hoje no mercado estão presentes mais que uma dezena destes camber invertidos: em alguns casos são verdadeiras inovações tecnológicas em outros são simplesmente diferenciações nominais dadas por questões de estratégia comercial, mas tecnicamente podemos reunir esta tendência em três grupos: Banana, V Rocker e U Rocker, além de evidenciar duas derivaçoes interessantes: o Camber Zero e o Gullwing.

ianny

...moro no Brasil, em uma ilha, e procuro neve, por paixão e por necessidade, o tempo inteiro, independentemente do mês ou do hemisfério. Sou snowboarder, goofy, mas provo prazer com todas as coisas que deslizam na neve, especialmente se são rápidas e harmoniosas com o contexto de montanha.

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