Desastre Fukushima tem chances de virar catástrofe | Será que vamos ter um inverno dramaticamente fosforescente?

Redacional

Há uns dias estou pesquisando bastante sobre a situação da central nuclear de Fukushima (JAP). No começo era só porque estava planejando uma snowtrip com uns amigos para desfrutar do icônico powder japonês… depois porque uns meus parceiros estavam querendo ir para gravar nos ski-resorts da ilha de Hokkaido (JAP)… e de recém conversando sobre esse destino nas redes sociais. Mas o que achei até agora não é nada de simpático. Ou seja, abortamos a snowtrip prevista para janeiro 2014 e aquelas gravações, muito provavelmente, serão realizadas em outros resortes de inverno… Não sou qualificado sobre esse assunto, mas estas decisões foram tomadas após encontrar notícias sobre a tal operação de transbordo das varetas nucleares que perigosamente se encontram ainda no tristemente famoso reator n°4, além de descobrir que centenas e centenas de toneladas de água radioativa vazaram e vazam diariamente de forma descontrolada, contaminando as águas do mar do Japão e com obvias consequências para todo o oceano pacífico e relativas costas. Só nesse reator existem pouco mais de 1300 dessas perigosas varetas, que pesam tipo 300Kg cada, e que deverão ser removidas com a máxima urgência e delicadeza, para serem guardadas em um lugar considerado mais seguro. Só para lembrar: no dia 11 de março de 2011, um poderoso terremoto de 9,0 graus de magnitude atingiu o norte do Japão. O epicentro estava no mar e isso gerou um devastante tsunami… foram registradas cerca de 13 mil perdas e danos imensos, entre os quais a destruição de dois geradores nucleares e a imediata contaminação radioativa de uma área no raio de 30/50Km da central de Fukushima (JAP) e da outra usina nuclear em Onagawa (JAP). Desde o dia do desastre, a total incompetência dos profissionais nipônicos, tanto na prevenção quanto na gestão dos acontecimentos, ficou bem evidente aos olhos do mundo, como também ficou gritante que a principal preocupação do Governo do Japão foi mais em conseguir classificar Tóquio (JAP) como sede para os Jogos Olímpicos em 2020, do que tomar medidas sérias. Nesses últimos dias o Governo japonês fez outing a nível global sobre a questão, admitindo a total incompetência e pedindo uma ajuda internacional para evitar uma séria catástrofe planetária, provavelmente a maior da nossa história. Deveria perder só pelo meteorite que simplesmente exterminou quem morava aqui antes da gente: os dinossauros…

A operação que irá remover as frágeis varetas nucleares será realizada nos próximos dias e, além da total falta de confiança de preparo e profissionalismo dos técnicos japoneses, o trabalho será realmente de nível “more difficult” visto que além de ser uma situação totalmente inédita, será realizado de forma manual, aumentando muito mais as chances de erro: sinceramente não sei se complica mais o grande peso ou a extrema fragilidade dessas varetas. É absolutamente essencial que a remoção de cada uma das mil e tantas hastes seja realizada de forma perfeita, pois um único erro poderá potencialmente levar a uma reação nuclear em cadeia… são mais de 400 toneladas de combustível nuclear, altamente sensível e instável. Algo tipo 14.000 vezes a bomba de Hiroshima (JAP). Ninguém sabe exatamente em qual estado se encontram, mas uma coisas é certa: elas estão derretendo o chão!! É bastante razoável pensar que depois do terremoto, do tsunami e do colapso da central, umas dessa delicadas 1330 varetas podem ter subidos danificações… Pelo que foi comunicado parece que se durante a tal operação uma delas sair fora do controle poderá se transformar no pior pesadelo nuclear que já tivemos e/ou imaginamos. Mesmo assim a Inglaterra anunciou nestes dias a construção de mais uma nova usina nuclear!!


…se der zembra durante a operação de transbordo das varetas nucleares

Então parece que os do hemisfério norte podem ter fortes probabilidades de vivenciar algo parecido ao inverno nuclear, tomara que não!! Mas mesmo assim e se tudo ocorrer da melhor forma possível, o estrago já é grande o suficiente para iniciar a pensar em evitar umas áreas geográficas, especialmente nessa temporada invernal. E isso não será limitado exclusivamente as regiões do Japão. A poluição radioativa já contaminou boa parte do oceano pacífico e a costa oeste norte americana já percebeu os efeitos disso tudo. Além do que todos nós sabemos que neve vem basicamente da umidade acumulada nas nuvens… e, no caso das montanhas presentes na costa oeste do pacífico, esta umidade geralmente vem do aquecimento das águas oceânicas presentes na tal de zona de convergência. Atualmente esta área oceânica é oficialmente considerada como contaminada pelos vazamentos radioativos da usina de Fukushima… não sei quanto isso possa ser perigoso para nós, mas se tudo der certo na fatídica operação de transbordo das varetas nucleares, lembrem-se de pelos menos não comer neve, a não ser de querer tentar se tornar um rider com superpoderes ou uma especie de snowzilla fosforescente 😉

Falando serio, parece que muito sobre esta tragedia ficou escondido e/ou manipulado, Governo e mídia tentaram de abafar isso praticamente até pouco tempo atrás. A situação é realmente delicada e tomara que tudo isso não seja nada a mais do que uma minha louca visão negativa dos acontecimentos. Se alguém souber mais a respeito, querendo compartilhar ou simplesmente corrigir minha ignorância eco chata tendente ao terrorismo ambiental, favor entrem em contato!! Por enquanto o lendário deep powder japonês vai ficar só nos vídeos… ufa!

Mais detalhes e infos Google | Situação em Fukushima.

ianny

...moro no Brasil, em uma ilha, e procuro neve, por paixão e por necessidade, o tempo inteiro, independentemente do mês ou do hemisfério. Sou snowboarder, goofy, mas provo prazer com todas as coisas que deslizam na neve, especialmente se são rápidas e harmoniosas com o contexto de montanha.

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