Air sem Style | Momento de reflexão sobre o snowboarding competitivo

Redacional

Nestes dias, durante a etapa chinesa do Air and Style, aconteceu algo muito bizarro e bastante preocupante: as melhores cinco manobras realizadas durante a manifestação eram todas a mesma, um backside triple corck 1440 em Mute!! Vale lembrar que a manifestação é uma das máximas expressões do freestyle internacional e os nomes dos riders que participam pertencem a elite do snowboarding planetário… ou seja, a explicação desse triste resultado (…sobretudo para o snowboard em si) pode ser resumida no significado de uma palavra: gymnastiboarding. Idealmente iniciou-se a usar esse termo tipo uns dois/três anos atrás, quando a progressão do freestyle chegou no patamar dos triple e com rotações que alcançavam o 1080º.

Argumento bastante delicado… mas é o inevitável e óbvio resultado de duas décadas de ditadura da Federação Internacional de Esqui (FIS) tentando gerenciar o Snowboard. Simplesmente isso… e as argumentações são notas e de domínio publico, tanto que esse dramático resultado em Beijing (CHN) era só uma questão de tempo. Com certeza os atletas envolvidos não possuem culpa nenhuma com isso e para aspirar ganhar o pódio, só respeitaram e se adequaram com as regras do jogo …a mais, todos nós sabemos que eles sabem fazer melhor e de forma mais criativa. Mas a padronização do snowboard imposta pela FIS obriga a ficar/agir/snowboardar dentro do quadrado sem muita expressão de estilo. O grande problema foi/é/será exatamente isso: o estilo. Quem pratica um esporte “freestyle” sabe que não é basicamente importante o que vocé faz, mas como… e cada um tem o próprio flow. Algo altamente pessoal e totalmente intangivel para alguem que não mastiga o esporte, impossibilitando a potencial massificação do mesmo… vale lembrar também que atualmente a final de Halfpipe (HP) olímpico é o momentum mais importante das Olimpíadas Invernais, em termos de audiência = $$$, ficando atrás somente das cerimonias de abertura e de encerramento. E o Big Air (BA) tá vindo aí na sequência. Ou seja: a massa sabe entender quantas cambalhotas, mas pouco importa da técnica. Afinal, desde sempre, gera mais wooows um “mortal” do que um mais estiloso 180 shiftado e com grab… e por ai vai. Hoje em dia temos atletas que treinam como ginastas para fazer um numero desnecessário e abnormal de piruetas/rotações… e crianças que observam e consomem isso somente de forma virtual/indireta porque fortemente inibidas pelo exasperado nível de riding. Resultado: o mercado vende chiclete, papel higiênico e mercadoria com as imagens de snowboarders… mas o numero de praticantes está caindo sensivelmente, especialmente entre os jovens. Porém a parte mais dramática disso tudo é uma geração de fortes atletas que dominam estruturas cada vez mais ousadas e impressionantes, mas que ironicamente não sabem encarar uma baixada em powder. Só comparar os de ontem (Craig Kelly, Terji Haakonsen…) com os de hoje (Shaun White, Mark McMorris…). Os primeiros, riders completos em qualquer terreno/estrutura e com um riding deslumbrante com o qual empurraram a progressão do esporte. Os segundos, só medalhas e double/triple/quad… que empurraram a histeria do marketing. Mas sinceramente falando que seja bem vindo esse resultado… afinal é na decadência que o sistema se limpa. 😉 #Crossfingers

SnowMOB – de 12 até 26 de Março 2017

Próxima SnowTRIP: mais uma vez estamos organizando duas semanas deslumbrantes em março para desbravar duas áreas incríveis! Um snow-sáfari imperdível no qual iremos conhecer umas Big Mountais alucinantes como o Monte Bianco, Monte Rosa, Cervino/Matterhorn… desfrutando de muitos quilômetros de pistas, aproveitando de uma Free TAX zone sem iguais e curtindo neve, o tempo todo, em até 8 diferentes resorts. Estaremos hospedados em duas aldeias com fortes traços medievais na Itália; ou seja sabores, vinho, queijos, arte, história… nem precisa comentar! Para mais detalhes, fotos e tal: GRUPO no FACEBOOK!! Não fiquem somente babando e sonhando com isso! Contato -> operadora @ snowbagging.com.br

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