Temporada de inverno no continente | Vontade de abrir mas depende dos governos

Temporada de inverno no HS

Teoricamente estão faltando apenas dois meses para a abertura oficial dos meios de elevação nos centros de esqui do nosso continente, mas a situação continua incerta. No momento a emergência sanitária causada pelo novo coronavírus está em alta tanto no nosso País, como na Argentina e, sobretudo, no Chile. Porém todos estamos olhando pro futuro de forma positiva: afinal somos bastante conscientes de que, em um momento ou outro, esta maldita curva irá baixar. E, pensando de forma egoística, tomara que isso aconteça a tempo para curtir um pouco as nossas lindas montanhas “de casa”. De qualquer forma esse será obviamente um inverno bem atípico. Até agora (compreensivelmente) não foram ainda publicados os valores dos skipass, nem promoções de passagens, nem de hospedagens. São pouquíssimos os operadores turísticos que estão acreditando na possibilidade de ter um inverno desfrutável e essa apreensão é percebível também nos empreendimentos comerciais que vivem (seria melhor dizer que sobrevivem) de turismo invernal. Mesmo assim a vontade dos centros de esqui é unanime: vamos abrir sim, independentemente da questão dos hipotéticos lucros ou, melhor dizer, das perdas. Mas essa decisão será vinculada exclusivamente da green light emitida pelos governos de cada país.


Cortesia: Cerro Bayo, Argentina

Por agora a Cámara Argentina de Centros de Esquí já anunciou que todas as estações de inverno estão elaborando protocolos para operar “em segurança”, mas que nenhuma disposição oficial e/ou comum foi ainda divulgada pelo Governo. A certeza é que querem abrir e estão fazendo todos os esforços necessários para realizar a manutenção dos meios de elevação, mesmo sem nenhuma garantia de uma efetiva abertura. O fator de que as fronteiras permanecerão fechadas até dia 1° de setembro, como também todas as passagens aéreas tanto nacionais quanto internacionais estarão suspendida até essa data, foi mais um duro golpe para o sistema do turismo de inverno. Mas mesmo assim não querem aceitar a ideia de perder passivamente uma temporada de inverno. Se tudo der certo as infraestruturas de inverno irão entrar em função na primeira semana de julho contando predominantemente com um turismo local ou, no máximo, provincial/nacional. Entre todos Cerro Castor encontra-se na situação mais delicada pois com a suspensão dos voos chegar ate Ushuaia de carro é mais demorado e nessa visão existem outras opções mais cercanas dos grandes conglomerados urbanos.


Cortesia: Corralco, Chile

No outro lado dos Andes a Asociación de Centros de Ski de Chile divulgou a plena vontade dos 12 centros de esqui chilenos de fazer acontecer a temporada invernal a partir do começo de julho. Também aqui estão todos trabalhando tanto na questão de revisar os meios de elevação quanto em estipular um protocolo de gerenciamento dos turistas que será apresentado proximamente ao Governo. Porém a diferencia da situação sanitária argentina, aqui o Covid-19 está em forte expansão, especialmente na região da capital Santiago: principal porta de entrada ao país, fator esse que poderia complicar a chegada do turismo estrangeiro. Por enquanto também Chile está com todas as fronteiras fechadas e essa medida está sendo avaliada e renovada a cada 30 dias. Agora a próxima análise é prevista para final de maio.

A cordilheira está começando timidamente a pintar-se de branco e as operações de montanha estão sendo realizadas. É verdade que os praticantes de esportes invernais costumam usar mascaras, luvas, buffes entre outras proteções para o frio as quais irão proteger também de possíveis contaminações. Mas as grandes questões serão como gerenciar as filas no momento de acessar os meios de elevação, como também organizar os bares e restaurantes que ficam distribuídos pelas montanhas. Aqui a questão será mais delicada especialmente nos dias mais frios e/ou de tormenta: como proibir que os clientes não queiram ficar dentro para se protegerem das baixas temperaturas ou do vento gelado… sobretudo se acompanhados por crianças ou pessoas menos acostumadas com o rígido clima invernal. Nesse caso evitar aglomeração será impossível. Além do que é fato que durante o inverno a propagação de doenças das vias respiratória é mais comum. Lembrando também que os seguros de viagens não cobrem as problemáticas causadas por pandemias e cia… Certeza que será uma temporada de inverno complexa e bastante complicada. Para todos!

Mais detalhes👉 Dicas e conselhos sobre turismo invernal


ianny

...moro no Brasil, em uma ilha, e procuro neve, por paixão e por necessidade, o tempo inteiro, independentemente do mês ou do hemisfério. Sou snowboarder, goofy, mas provo prazer com todas as coisas que deslizam na neve, especialmente se são rápidas e harmoniosas com o contexto de montanha.

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